10.1.05
as crianças judias
Na Terra da Alegria de hoje, além do meu texto, encontram um outro mais sábio, sobre o caso da disputa das crianças judias à guarda de instituições católicas, em 1946. Digo que é um texto sábio porque consegue perceber que ambas as partes tinham intenções genuinamente boas à luz da sua mundividência. Nem sempre é fácil conseguirmos perceber isso — é mais simples julgar e chamar nomes aos responsáveis pelos erros do passado. A conclusão que podemos tirar para os dias de hoje, crentes e não crentes, é que o nosso conhecimento é sempre limitado e incompleto. Mesmo, e sobretudo, no que toca a assuntos religiosos. Confio pouco em quem confia demasiado em si mesmo (e também confio pouco em quem não tem convicção nenhuma, mas isso é outra história). Ou como diz o Lutz, uma solução pressupunha "que todos as partes (...) conseguissem o feito algo paradoxal de relativizar as suas concepções religiosas, que têm, por definição, um núcleo absoluto". O mais absoluto numa concepção religiosa é que nós não somos Deus. Por isso até as nossas concepções religiosas devem ser relativizadas.
Na Terra da Alegria de hoje, além do meu texto, encontram um outro mais sábio, sobre o caso da disputa das crianças judias à guarda de instituições católicas, em 1946. Digo que é um texto sábio porque consegue perceber que ambas as partes tinham intenções genuinamente boas à luz da sua mundividência. Nem sempre é fácil conseguirmos perceber isso — é mais simples julgar e chamar nomes aos responsáveis pelos erros do passado. A conclusão que podemos tirar para os dias de hoje, crentes e não crentes, é que o nosso conhecimento é sempre limitado e incompleto. Mesmo, e sobretudo, no que toca a assuntos religiosos. Confio pouco em quem confia demasiado em si mesmo (e também confio pouco em quem não tem convicção nenhuma, mas isso é outra história). Ou como diz o Lutz, uma solução pressupunha "que todos as partes (...) conseguissem o feito algo paradoxal de relativizar as suas concepções religiosas, que têm, por definição, um núcleo absoluto". O mais absoluto numa concepção religiosa é que nós não somos Deus. Por isso até as nossas concepções religiosas devem ser relativizadas.
